19 outubro, 2009

O Ovo



O ovo é um símbolo que praticamente explica-se por si mesmo. Ele contém o germe, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação e a criação cíclica. De um modo simples, podemos dizer que é o símbolo da vida.

Na cosmologia da Deusa o ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe, manifestada como uma Deusa Pássaro.
Os antigos egípcios consideravam o Sol como o ovo dourado posto pela deusa Hathor, na sua manifestação como A Gansa do Nilo. Nos rituais egípcios o próprio universo era visto como o ovo cósmico criado no início dos tempos.
Os mitos gregos associavam diversas deusas com o ovo cósmico, por exemplo, Leto, que chocou um ovo misterioso do qual nasceram Apollo, representando o Sol, e Ártemis simbolizando a Lua.
O historiador Hesíodo relata como a Mãe da Noite, que antecedeu à criação e gerou todos os deuses, criou o Ovo do Mundo e de suas metades surgiram o céu e a Terra.
Em outra versão, deste ovo surgiu Eros, que colocou o universo em movimento e contribuiu para a proliferação da vida.
Para os hindus o ovo cósmico é posto por um enorme pássaro dourado, enquanto no mito de criação finlandês, a deusa Ilmatar, a Criadora que flutuava sobre as águas primordiais, abrigou sobre seu ventre um ovo posto por um grande pássaro e que, ao quebrar, formou o céu e a Terra.
Os ovos são símbolos da Lua, da Terra, da criação, do nascimento e da renovação. A iniciação nos Mistérios Femininos é vista como um renascimento, análogo ao ato de sair da casca. O círculo, a elipse, o ovo, o ventre grávido são símbolos da plenitude misteriosa da gestação e da criação. O centro de um círculo é um espaço protegido e seguro, semelhante à escuridão do ventre e do ovo.
Inúmeras estatuetas representam as deusas neolíticas associadas com a Lua ou o ovo. No folclore de vários povos europeus existem crenças ligadas ao ovo, considerados símbolos de fertilidade, humana ou animal. Até o século 17 na França, a noiva devia quebrar um ovo na soleira da sua casa para assegurar sua fecundidade. Os antigos eslavos e alemães untavam seus arados antes da Páscoa com uma mistura de ovos, farinha, vinho e pão, para atrair assim abundância para as colheitas. Usavam-se ovos também nas oferendas para os mortos, colocados juntos deles no caixão ou sobre os túmulos. Os judeus da Galícia consumiam ovos cozidos ao retornarem dos enterros pra retirar as energias negativas. Na Noite de Walpurgis, nas montanhas Harz da Alemanha, consideradas local de reunião das bruxas, os casais enfeitados com guirlandas de flores dançavam ao redor de árvores decoradas com folhagens, fitas e ovos tingidos de vermelho e amarelos.
Na Romênia, Rússia e Grécia ovos cozidos ou esvaziados do seu conteúdo são até hoje decorados com motivos tradicionais, dados de presente ou usados em competições no domingo da Páscoa. Ganhava aquele que conseguia quebrar os ovos dos concorrentes batendo de leve neles, mas sem rachar o seu. Os romanos destruíam as cascas dos ovos que eles tinham comido para evitar que fossem feitos feitiços com eles.
A presença de ovos nos sonhos deu margem a variadas interpretações, os que apareciam inteiros prenunciavam boa sorte, casamento, gravidez ou herança; se fossem quebrados anunciavam brigas, perdas e separações. A divinação com ovo, chamada de ovomancia, era praticada pelas mulheres européias nos Sabbats Samhain, Yule ou Litha, deixando cair em um copo com água a clara e fazendo vaticínios pelas formas criadas.
Resquícios do mito da deusa celta Ostara, padroeira da fertilidade e renovação da Natureza celebrada no Equinócio da primavera, permaneceram nas crenças populares e persistem até os dias de hoje, apesar das pessoas desconhecerem sua origem. Os símbolos de Ostara eram o ovo e a lebre, sem relação entre si, mas ambos significadores de criação e proliferação. Com o passar do tempo, surgiram os contos do Coelho da Páscoa e a sua inexplicável associação para os leigos com a festa cristã e os ovos de chocolate.

14 outubro, 2009

Nosso poder diário

O ressurgimento do Sagrado Feminino nos traz uma nova visão espiritual. A espiritualidade centrada no culto à Deusa implica no respeito à natureza e à vida em todos as suas manifestações, no cultivo da compaixão e aceitação nossa e dos outros, no reconhecimento da intuição e sabedoria existentes em todas nós.
Para sentir o poder da Deusa, comece a perceber o sagrado em tudo que a cerca, em cada dia, em cada lugar. Talvez precise de algum tempo para notar e experimentar conscientemente momentos, vivências, encontros, que antes passavam de forma fugaz sem que você percebesse o seu valor. Adquirindo uma nova consciência a sua vida torna-se mais rica, um acontecimento ou encontro não mais é algo ao acaso, as “coincidências” passam a ser facetas da sincronicidade cósmica.
A mulher tem um enorme poder dentro de si. Não é o poder sobre alguém ou contra alguém, é o seu poder inato e ancestral, a sua intuição, percepção, compreensão, compaixão, criatividade, amor e conexão consigo mesma, com os outros, com o Divino.
Nas antigas tradições e culturas o poder criativo e renovador da Deusa eram o símbolo da própria vida, a Terra e a mulher eram consideradas sagradas sendo suas representações. Nos cultos e mistérios femininos honravam-se os ciclos eternos que marcavam a vida do renascimento à morte, e desta para um novo início através do renascimento. Vida e morte eram interligadas de forma misteriosa e divina, competindo às mulheres as tarefas de recepcionar e cuidar da vida (parteiras, mães, curandeiras), assistir e auxiliar as transições (xamãs e sacerdotisas) e servir como intermediarias entre o humano e o divino (profetizas, oráculos).
O poder da Deusa possibilita a expansão do potencial emocional, mental, criativo e espiritual inatos em cada mulher. O poder da mulher está na sua sabedoria, a compreensão intuitiva, imparcial e sábia dos processos e das surpresas da vida. Nem toda mulher pode ser jovem, bonita, culta, rica, mas todas as mulheres podem se tornar sábias, permanecendo serenas no meio do tumulto.
As mulheres que almejam o poder da Deusa cultivam uma forma diferente de espiritualidade, buscando expandir sua consciência, honrando a vida em tudo ao seu redor e transformando o mundano em sagrado. A chave para a transformação espiritual é o enriquecimento e o aprofundamento de sua vida interior, podendo assim acessar e confiar no seu Eu.

Para nutrir e embelezar nossas vidas podemos usar inúmeros recursos, simples ou elaborados, como alguns dos seguintes:

1. Crie um espaço sagrado no seu lar, não somente através de um altar, mas usando sua inspiração, imaginação e amorosidade para que todos se sintam bem, protegidos, nutridos e amados;

2. Crie momentos sagrados para si mesma ou compartilhando-os com amigos e familiares, caminhando na natureza, ouvindo música suave, jantando a luz de velas, lendo textos que nutram a alma, enriqueça a sua mente e elevem o espírito;

3. Entre em comunhão com a natureza, honrando a Deusa em todos os seus aspectos e manifestações. Não basta encher sua casa de plantas se você não entrar em contato real e profundo com a terra, a chuva, o vento, as nuvens, o Sol, a Lua, os animais, seus irmãos de criação;

4. Respire e consagre seu corpo como a morada da sua alma durante esta encarnação. Procure viver de forma saudável, fazendo suas opções com consciência, sem se agredir e sem culpar ou aos outros pelos seus problemas ou compulsões. Coma bem para viver melhor. Observe suas fugas e compensações, cuide da sua “criança” carente ou ferida ajudando-a a crescer, curando-a com amor e dando-lhe os meios adequados para se tornar forte e auto-suficiente;

5. Manifeste sua criatividade, escreva, borde, pinte, desenhe, faça colagens, modele argila, cante, recite, dance, aprenda algo novo, componha um poema ou canção, faça pão, comece um diário de sonhos. A mulher que não dá vazão construtiva à sua imensa capacidade criativa pode torná-la em energia destrutiva contra si ou contra os outros;

6. Coloque em prática os ensinamentos espirituais. Não se contente em ler inúmeros livros ou participar de cursos se você não pratica aquilo que aprendeu. Para mudar, precisa viver de forma consciente, reconhecer e transmutar seus pensamentos negativos e ser sincera nas avaliações suas e dos outros. Todas as experiências dolorosas da vida são aprendizados cujas lições podem contribuir para sua transformação. Algumas mensagens levam momentos para serem assimilados, outras, meses ou anos. Quando começar a compreender o significado dos acontecimentos da sua vida, você começou a crescer de fato e assim poderá abrir novas portas na sua vida, se usar a chave certa;

7. Encontre o equilíbrio entre o falar e o silenciar, se movimentar ou se aquietar. Procure se relacionar com pessoas que compartilham das mesmas buscas e que têm o mesmo nível vibratório. Participe de círculos de mulheres em que possa encontrar apoio para a sua jornada espiritual, em que possa confiar para expressar suas dores ou suas conquistas. Celebre a Deusa sozinha ou em grupo, encontrando assim a verdadeira fonte de seu poder, da sua cura e transformação. Cultive a Deusa dentro de você reconhecendo a sacralidade do seu corpo, da sua mente, das suas emoções, da sua vida. E ao reconhecer a Deusa dentro de si, você se tornará uma com Ela.

12 outubro, 2009

Face Ceifadora

Face Ceifadora


O aspecto menos compreendido da Grande Mãe - e, por isso, o mais temido - é a Deusa Negra, a Face Ceifadora.
Assim como a Donzela, a Mãe e a Anciã regem etapas do eterno ciclo da vida - do nascimento, amadurecimento e do declínio, a Deusa Negra encerra o ciclo e representa a decomposição e a morte.

Como Ceifadora, ela é a destruidora de tudo que esgotou seu tempo, de tudo que cumpriu sua finalidade e não serve mais. É ela quem limpa a terra após a colheita para o repouso necessário à germinação de novas sementes. Seu poder é da Lua Negra, dos mistérios ocultos na escuridão, do vazio e do silêncio que antecedem o surgimento da luz, o inicio do dia e o começo de um novo ciclo. Ela ensina que sem morte não há renascimento, sem fim não pode haver um novo começo, sem dissolução do velho não há a renovação.

Como mestra da escuridão, ela orienta e conduz ao encontro da sombra, o aspecto perturbador e renegado do próprio ser. Se você pedir sua ajuda e tiver a coragem de mergulhar nas profundezas de seu mundo interior para descobrir, encarar, reconhecer e aceitar sua sombra, você encontrará sua autêntica identidade, livre das máscaras da personalidade.

Confrontar, contemplar e assimilar o poder da sombra representam a verdadeira iniciação nos mistérios da Deusa Escura e da Lua Negra, iniciação que exige, como preço, mudanças, transformações e novos rumos.


Abraçar a sombra significa aceitar-se assim como você realmente é, mescla de dor e alegria, medo e coragem, conquistas e perdas, sucessos e fracassos, acertos e erros, luz e sombra. Somente assim encontrará seu verdadeiro e completo poder de mulher e a integração de sua totalidade.

São manifestações da Deusa Negra: Hécate, Kali, Baba Yaga, Lilith, Cailleach, Morrighan, Hel, Ran, Sekhmet, Ereshkigal, Coatlicue.
Outro aspecto que foge da costumeira manifestação da Deusa Tríplice, relacionada à lua crescente, cheia e minguante, é a Rainha, conhecida como a Imperatriz e as rainhas dos naipes do tarô.

Esta face da Deusa corresponde à fase da lua balsâmica, entre a lua minguante e a negra. Ela rege a maturidade, entre os 45 e os 55 ou mais anos, da mulher que ultrapassou ou negou a fase da maternidade, que está no auge e plenitude de sua expressão, afirmação e realização, mas que ainda não atingiu a sabedoria da Anciã.
Nesta fase, chamada de pré-climatério, ocorrem mudanças no corpo físico, a mente torna-se inquieta, os pensamentos são voláteis e tumultuados, a percepção é aguçada, a sensibilidade exacerbada, as emoções em conflito.

É um período de inquietação e aparentes contradições, de mudanças de gostos e atitudes, de busca do algo vago ou indefinido no campo espiritual, profissional ou afetivo. Surgem temores em relação ao futuro, o medo do desconhecido, a preocupação com o envelhecimento, ainda mais em uma sociedade que enaltece o valor e o viço da juventude.

Dependerá da mulher passar por esta fase com dor ou com a alegria de quem já venceu batalhas, cumpriu deveres, plantou e colheu e está se aproximando de um tempo de paz e realização interior, com a segurança da experiência e as promessas de futura sabedoria.

Abençoar esta fase, rever o passado e transmutar os resíduos com o auxílio da Deusa Negra, agradecer à Donzela e à Mãe pelo plantio e a colheita, são medidas recomendáveis que abrem as portas para a grande mudança, quando seu sangue não mais será vertido, mas retido em seu ventre, e quando o tempo assinalará sua coroação - não mais como Rainha, mas como uma Sábia Mulher Coroada, herdeira das Matriarcais e das Mães de Clã do passado ancestral.




24 setembro, 2009

Sacerdócio e Responsabilidade

Todos os dias recebo emails, com perguntas ou dúvidas sobre o Caminho que sigo, dentre as campeãs a mais óbvia é "Como eu viro uma Bruxa?", mas hoje li um artigo que reflete bem pelo que passa os caminhantes de muito tempo e os novos caminhantes.

Sacerdócio e Responsabilidade



Estudar Bruxaria alguns meses, talvez até mesmo o tão famoso “um ano e um dia”... Realizar alguns rituais em honra aos Deuses (ou não), praticar alguns feitiços, pendurar um pentagrama no pescoço e vestir uma capa ou as vezes nem mesmo isso – infelizmente para alguns esses atos, das quais os mesmos nem compreendem seu simbolismo, tornam-se atos suficientes para se auto-intitularem sacerdotisas e sacerdotes dos Antigos – quando não suma-sacerdotisas e sumo-sacerdotes Deles.
Alguns ao lerem esse texto poderão questionar e mencionar o fato de que na Bruxaria existem muitos caminhos, muitas sendas e muitas maneiras da mesma ser praticada. E isso sem dúvida é uma verdade irrefutável. Entretanto é indubitável que para se praticar qualquer tipo de Magia, ser bruxa ou sacerdote é IMPRESCINDÍVEL haver responsabilidade, aliada a um real conhecimento sobre o que se está fazendo e sobre o que significa trilhar um caminho espiritual pautado no autoconhecimento e no conhecimento sobre tudo aquilo que nos cerca. MAIS responsabilidade ainda quando se envolve outras pessoas na jornada e quando há estabelecido o dito “vínculo mágico”, isto é, dedicar e iniciar outras pessoas.
Percorri pelo menos quatro anos de estudo e muita prática antes de me auto-Iniciar na Arte. Andei mais algum tempo para receber uma Iniciação em um grupo e somente após muita intimidade, muita compreensão a respeito do meu próximo e dos meus Deuses, tornei-me capaz e senti-me verdadeiramente apto para transmitir a Iniciação e fazer de meus pupilos sacerdotes. Somente ao beirar uma década de Caminhada, estarei recebendo o reconhecimento de minha congregação para atingir o sumo-sacerdócio e me tornar responsável por um Coven e é dessa forma que tem sido com todos os grupos sérios conhecidos que não estão aí simplesmente para aparecer e brincar de fazer feitiço, mas para trazer de volta à tona aquilo que nossos antepassados ajudaram a jogar nas covas e fogueiras: O CULTO AO DIVINO DA TERRA, AOS DEUSES ANTIGOS!
E vejam, estou longe de querer afirmar que tempo é fator indispensável para definir o conhecimento ou a sabedoria de outrem. O fato é que existem coisas que estão estampadas no rosto de quem se expõe e na boca de quem fala – nos atos de quem os comete.
Infelizmente, nossas crenças ainda tem sido alvo de ofensas e chacota pública – agora, nem sempre pelo fato de alguns acreditarem que cultuamos demônios ou deuses antigos – mas sim pelo horror que temos visto ao nos depararmos com pessoas, cujo realmente desconhecemos o verdadeiro objetivo, praticarem “Iniciações em massas”, se auto-proclamarem sumo-sacerdotes em três meses e fundarem covens em duas semanas. Que tipo de seriedade está sendo passada à comunidade, quando essa se depara com esse tipo de prática? Onde se encontra a responsabilidade, a coerência e o discernimento?
Será que essas pessoas sabem o que significa serem sacerdotisas e sacerdotes do Divino? Independente da maneira que essas o chamem: Deusa, Deus, Deuses ou Grande Espírito, o Grande Corpo e Grande Mente Divina Universal faz de seus sacerdotes instrumentos sagrados atuando no mundo, não somente falsos arlequins apresentando rituais que não passam de um show de calouros e um enorme desrespeito àqueles que há muito estão suando, tentando dar uma visibilidade positiva ao Culto. Ser sacerdotisa ou sacerdote significa ser aquela ou aquele que conduzem o ato sacrifical, o sagrado ofício e conhecem profundamente o seu significado. Ministrar esse ato ao próximo demanda IMENSA RESPONSABILIDADE, pois este significa LITERALMENTE alimentar àquele que chega a sua porta e aos seus rituais. E em nome dos Deuses, só podemos servir o melhor – acima de tudo, saber preparar e conhecer o que estamos servindo.
Minha capa sacerdotal, minhas honrarias e meus instrumentos não possuiriam valor algum se não simbolizassem meu rastejar pela lama, meus literais auto-sacrifícios, meu acompanhar da vida e da morte de animais e humanos, o carregar de corpos e caixões, o ministrar de bênçãos às crianças, a enfermos, enamorados e moribundos, minhas antigas e modernas danças aos Deuses de minha Casa, às muitas vezes que conscientemente chorei e que ri com Eles, os meus ritos diários de culto e devoção incondicional Àqueles cujo dedico e entreguei minha vida como instrumento perpétuo e inviolável para Sua atuação no mundo e na minha comunidade.
Ser bruxa(o) ou sacerdote(isa) significa ser mais do que ser mulher ou homem. Significa ser uma extensão viva e consciente da ação da Natureza em carne humana. Significa saber ministrar o sagrado ofício e conhecer sua profundidade e sua necessidade para a continuidade dos ciclos. Não basta falar ou aparecer, é preciso coerência, verdade e acima de tudo RESPONSABILIDADE.
Abençoados sejam por Aqueles que tudo vêem, tudo sabem e jamais se esquecem.








02 setembro, 2009

Horóscopo das Flores

Horóscopo das Flores

ORQUÍDEA
(de 13/12 a 5/1)
Na China antiga, as orquídeas eram associadas às festas da primavera. As pessoas que são regidas por este signo irradiam alegria e felicidade. Elas possuem uma pureza espiritual, que transmite paz e harmonia.
A flor também está associada à fertilidade. Assim, quem é Orquídea, é capaz de produzir com extrema facilidade. A criação faz parte da sua natureza. Não há por que ficar preso na terra. Não gostam da rotina, do senso comum, da mediocridade, seu mundo é o da imaginação.
PEÔNIA
(de 6/1 a 2/2)

A Peônia é, na China, um símbolo de riqueza, em razão do porte de sua flor de cor vermelha. O maior valor de quem é regido por esse signo é a honra. São pessoas valorizadas por seus feitos e que transmitem extrema confiança. Elas estão associadas à imortalidade e por onde passam deixam saudades. Mas é preciso deixar a vergonha e a timidez de lado. Quem é Peônia precisa saber se mostrar, se valorizar. Às vezes, é bom desabrochar para a vida.
CRAVO
(de 3/2 a 1/3)
Representa o amor puro e inocente daquele que nasceu para ajudar o próximo. Quem é Cravo, sabe dividi. O Cravo também está ligado à política e à religião. É uma pessoa que briga pela igualdade social, capaz de colocar os interesses da sociedade, do grupo e da família à frente das suas aspirações particulares.
NARCISO
(de 2/3 a 21/3)
Segundo a mitologia grega, embora amado pelas ninfas, o jovem Narciso era apaixonado pela própria beleza. Preso à sua imagem refletida num lago, o jovem foi transformado numa flor igualmente bela, considerada na Grécia como símbolo da primavera.
Como não poderia deixar de ser, quem nasce sob o signo de Narciso carrega consigo a vaidade, qualidade importante na construção de sua imagem. Quando desabrocham para a vida, ficam em evidência e podem mostrar ao mundo suas principais virtudes. Ora pacientes, ora ousados, são capazes de alcançar o sucesso devido a sua perspicácia. O que lhe permite se sair bem nas mais diversas situações.
GÉRBERA
(de 22/3 a 20/4)
A Gérbera representa a inocência da criança. Quem nasce sob o signo de Gérbera é delicado, sensível e amoroso. Uma pessoa bela em todos os sentidos. Espécie exótica e cheia de variedades, tem a vida regada por seus sentimentos. Umas são quietas e conquistam seu espaço com apenas um olhar e um sorriso, enquanto outras são mais extravagantes e comunicativas. Em comum, elas têm a sensibilidade.
AMOR-PERFEITO
(de 21/4 a 10/5)
Quando um homem enviava um vaso de amores-perfeitos para uma mulher, queria dizer que a sua amada não lhe saía da cabeça. A flor designa o pensamento masculino. É o signo de quem gosta de refletir sobre todos os aspectos da vida. É uma pessoa que tem uma enorme facilidade para libertar a mente, meditar e contatar a Deusa. O verdadeiro Amor-perfeito é aquele que consegue se desprender do mundo material.
PAPOULA
(de 11/5 a 31/5)
A Papoula representa a terra. Quem nasce sob o seu signo, traça um caminho e corre atrás dos seus objetivos pessoais e profissionais, sempre em busca do novo. Na verdade, quem é Papoula, vive a sua vida e sabe ficar quieto no seu canto. Sua palavra é a independência. Na Rússia, permanecer uma Papoula significa ficar sozinho ou solteiro. Este signo também está fortemente ligado ao sono e ao esquecimento.
CRISÂNTEMO
(de 1/6 a 23/6)

Quem nasce sob o signo de Crisântemo passa alegria aos olhos e prima pela organização, o equilíbrio e a justiça. Tudo o que realiza é espontâneo. Seu emblema é a simplicidade. Flor símbolo do Japão, era usada para
forrar o trono do imperador. Está associada
às idéias de longevidade e imortalidade. Seu nome originou-se das palavras gregas chysos (ouro) e anthemon (flor), pois a primeira espécie cultivada era amarela. Representa a beleza e a perfeição.
VIOLETA
(de 24/6 a 11/7)
É a flor da modéstia. Quem nasce neste período, está sempre realizando grandes ações, sem esperar nada em troca. Carrega consigo sensibilidade, timidez e tenacidade. É aquela pessoa que encontra o equilíbrio entre os sentidos e o espírito, a paixão e a inteligência, o amor e a sabedoria. O verdadeiro papel da Violeta é o da mediação. Os seres marcados por esse signo também gozam de tranqüilidade e paz espiritual.
LÍRIO
(de 12/7 a 5/8)

O Lírio é sinônimo de brancura e, também, inocência e virgindade. Quem é regido por Lírio, nasceu com alma pura, livre de preconceitos. A flor também é símbolo da fertilidade, por isso é característica das pessoas deste signo viver em função da família. Além disso, elas têm muita fé na força divina.

GIRASSOL
(de 6/8 a 28/8)
Por ser uma planta alta que se destaca sobre as outras flores do jardim, o Girassol simboliza orgulho e nobreza. Quem veio ao mundo neste período tem tudo para se dar bem na vida profissional. As pétalas cor de ouro desta flor estão associadas ao dinheiro, à riqueza e à prosperidade. Sua energia solar o leva a brilhar em todos os campos da vida. As pessoas deste signo estão aqui para trabalhar, fazer o mundo girar e serem reconhecidas por tudo isso.

ROSA
(de 29/8 A 23/9)
A rainha das flores evoca o espírito de liderança e organização. As pessoas do signo de Rosa nasceram para comandar e não, para serem comandadas. Elas usam os espinhos como escudo para enfrentar as batalhas da vida. Uma das virtudes é não mostrar suas fraquezas. Por outro lado, a origem da rosa remonta ao mito de Adônis. Do sangue do amado de Afrodite (Vênus) teriam brotado as primeiras rosas vermelhas. Assim, quem é Rosa, também é apaixonado pela vida. Não desiste nunca, mesmo nos momentos mais difíceis. Acredita que sempre é possível plantar uma nova semente e renascer.
TULIPA
(de 24/9 A 18/10)
É uma flor de origem turca que virou mania na Europa no século XVI e tornou-se símbolo da Holanda. Seu nome vem da palavra "tulipan", que significa turbante. É o signo das estrelas, dos artistas. Quem é Tulipa tem tudo para conquistar fama e notoriedade. Sua semente foi plantada aqui na Terra para trazer alegria e divertimento.
AMARÍLIS
(de 19/10 A 7/11)

Amarílis é o nome de uma pastora que aparece na obra do poeta Virgílio, e a palavra, de origem grega, quer dizer deslumbrante. Também conhecida como açucena, é sinônimo de "orgulho" na linguagem das flores. Assim, quem é regido por Amarílis, é uma pessoa difícil de se cultivar, lidar e cativar. Poucos conseguem entender a sua natureza. Ao florescer, ela sabe usar como ninguém o seu brilho para ofuscar os outros. E isso incomoda.
ÍRIS
(de 8/11 A 12/12)

A Íris é uma flor primaveril que garante os favores divinos. Quem nasceu neste período incorpora o papel de purificador das almas e protetor dos homens. É o fiel escudeiro, o conselheiro, o médico que é capaz de fazer tudo para
ajudar o outro. Simboliza o mensageiro
que faz a ligação entre nós e a Deusa. Sua missão aqui é disseminar coisas boas, afastar as doenças, os espíritos malignos e a tristeza.

18 agosto, 2009

De volta à Idade Média

De volta à Idade Média
Não concorde com a concordata de Lula e do Papa

ELIANE BRUM

ebrum@edglobo.com.br Repórter especial de ÉPOCA, integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo)

A primeira vez que vi um crucifixo no plenário do Supremo Tribunal Federal, acima da cabeça do presidente, achei bizarro. Como a corte máxima da Justiça de um país laico pode ostentar o símbolo religioso do catolicismo?

Como se sentem os evangélicos, judeus, umbandistas, budistas, espíritas, muçulmanos e também os agnósticos e os ateus ao descobrirem que a corte laica prioriza uma religião? Estado laico pressupõe a separação Estado-Igreja. Ou seja, o Estado respeita todas as religiões, mas esse é um assunto da esfera privada de cada cidadão. As religiões, nenhuma delas, interferem nas questões do Estado, que tem o dever de governar, julgar e legislar no interesse de todos. Tenham a religião que tiverem – ou não tenham nenhuma.

Na Idade Média, os papas tinham poderes tão grandes e muitas vezes maiores que os reis sobre a vida – e a morte. A separação Estado-Igreja deu origem aos estados modernos e ao Ocidente como hoje o conhecemos. Em 1776, a Declaração de Independência dos Estados Unidos foi um marco nessa direção, ao determinar as bases para a liberdade religiosa e os direitos civis.

Assim como a Revolução Francesa, em 1789, ao tirar o poder das autoridades religiosas. No Brasil, a separação Estado-Igreja e a proteção à liberdade de crença já é um valor desde a Constituição de 1891. Vale a pena lembrar das aulas de História, porque vamos precisar reaprender antigas lições. Há um golpe em curso contra o Estado laico – e contra o cidadão brasileiro. Contra mim e contra você.

Em 13 de novembro de 2008, o presidente Lula e o Papa Bento XVI assinaram o que se chama de "concordata", um acordo entre o Vaticano e o governo brasileiro, com o argumento de "regulamentar o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil". Primeira pergunta: por que a Igreja Católica, que chegou ao país junto com Cabral, precisaria regulamentar alguma coisa? E justo hoje, quando as projeções mostram que o Brasil tende a ser um país cada vez menos católico e mais multirreligioso? Como o Vaticano tem esse ambíguo status jurídico de Estado, embora seja um Estado que só existe para organizar e propagar uma religião, a concordata tem o valor de um tratado internacional, bilateral. Não pode ser rompido por um dos signatários, só por ambos.

Em 20 artigos, o texto interfere em questões como o ensino religioso confessional na escola pública, efeitos civis do casamento religioso e o reconhecimento de que não há vínculo empregatício entre padres e freiras com as instituições católicas.
Sempre me incomodou que a escola pública de um estado laico tenha ensino religioso confessional. Como cidadã, acredito que a escola pública deveria ter mais carga horária, melhores e mais bem pagos professores. Como aluna de escola pública que fui, gostaria de acrescentar ao currículo matérias como filosofia, latim e grego, entre outras.

E aumentar a carga horária das demais disciplinas. O ensino da religião, inserido no contexto social e político, eventualmente pode ser interessante, se for ministrado por um professor com boa formação na área. Mas não encontro nenhum argumento que faça sentido para a presença no currículo do ensino religioso confessional. Esta não deve ser a prerrogativa da escola, mas das denominações religiosas. Se você quer dar ao seu filho uma educação religiosa, que ele a tenha dentro da igreja ou templo. Se você acha que seria bom ter dentro da escola, então o matricule numa escola privada confessional.

A Constitução de 1988, que avançou em tantos temas, contém um artigo que prevê oferta obrigatória de ensino religioso, com matrícula facultativa. Há um movimento em curso na sociedade brasileira para rever esse artigo, que contraria o princípio da laicidade do Estado. Em seu uso mais abusivo, as escolas públicas do Rio de Janeiro, no governo de Rosinha Garotinho, usavam as aulas de religião para ministrar a doutrina do criacionismo – uma visão religiosa sobre a origem da vida que nega a teoria da evolução de Charles Darwin. Ou seja, um desserviço à boa qualidade do ensino, tema tão caro e delicado para qualquer nação que pretenda ter grandeza no seu futuro.

E, com o perdão do trocadilho, usada com má fé, já que tenta enfiar goela abaixo dos estudantes uma visão religiosa como se fosse científica. A concordata assinada por Lula e pelo Papa precisa ser aprovada pelo Congresso brasileiro para vigorar. Tem tramitado por lá sem maiores alardes, o que, em si, já é curioso. Na quarta-feira passada, 12 de agosto, foi aprovada pela Comissão das Relações Exteriores da Câmara. Precisa passar ainda por mais três comissões, mas como corre em regime de urgência, pode ser votada no plenário nos próximos dias.

Aí vem a segunda pergunta: você não consegue lembrar de no mínimo algumas dezenas de projetos que merecem urgência porque lidam com questões vitais para todos os brasileiros? E, em vez disso, se arrastam pelo Congresso há anos? Algum de nós, cidadãos – católicos e não-católicos –, consegue imaginar por que motivo a "Regulamentação do Estatuto Jurídico da Igreja Católica" seria urgente para a nação brasileira? Isso, por si só, bota algumas pulgas atrás não de uma, mas das nossas duas orelhas. Diante das críticas de que o acordo fere o princípio da laicidade do Estado, a CNBB afirma que tudo o que está lá já é previsto na Constituição.

É verdade.

E aí somos imediatamente levados à terceira pergunta: se já está na Constituição, por que precisamos de um acordo? E por que o Papa e os bispos estão tão empenhados na sua aprovação?

Mais umas três dúzias de pulgas.

Se o acordo for aprovado, como discutir o artigo constitucional sobre o ensino religioso na escola pública? E o que acontece com as escolas públicas que usam o ensino religioso para estudar a história da religião no contexto sócio-político de cada época – e não para ministrar aulas confessionais? O mais grave, porém, é que o artigo da tal concordata – o nome é horrível, não?

– fere a Constituição em pelo menos dois de seus princípios mais caros:

1) ao fazer um acordo com uma denonimação e não com todas as outras, está privilegiando uma religião em detrimento de todas as outras, ferindo o artigo constitucional que proíbe o tratamento diferenciado entre cidadãos por razões de ideologia, crença ou culto;

2) ao fazer um acordo com uma determinada denominação, fere o princípio da laicidade do Estado. Estado Laico é aquele que não interfere em questões religiosas e não estabelece relações de dependência ou aliança com crenças religiosas ou seus representantes. Portanto, não faz diferença entre brasileiros por sua escolha religiosa. Caso o acordo entre o Vaticano e o governo brasileiro seja aprovado pelo Congresso, terá força de lei e será incorporado à vida nacional. Teremos dito "sim", por meio de nossos representantes, à ingerência de uma denominação religiosa, a Igreja Católica, no Estado, que tem por dever moral e constitucional zelar por todos os cidadãos, católicos e não-católicos.

É um precedente grave, perigoso e muito retrógrado. Um dos artigos, o que determina que não há vínculo empregatício entre padres e freiras com a Igreja, por exemplo, é tema da Justiça trabalhista. Uma denominação religiosa não pode estar acima da Lei de um país.

É o Estado que deve decidir – e não uma das partes interessadas. E ainda não há Jurisprudência unânime sobre esse tema. Outro artigo, o do casamento, abriria espaço para que a Justiça brasileira seja obrigada a aceitar sentenças de anulação matrimonial do Vaticano.

Você acha que, no Brasil do início do terceiro milênio, isso faz algum remoto sentido? Para que fique claro: sou agnóstica, meus pais são católicos praticantes, tenho excelentes amigos católicos, espíritas, budistas, judeus, muçulmanos, umbandistas, do candomblé, do batuque e também ateus. É essa a maravilha do Estado laico: o exercício da tolerância e do respeito à escolha do outro.

Respeito profundamente a religião de meus pais e as dos meus amigos – e eles respeitam profundamente a minha escolha de não aderir a nenhuma confissão religiosa. Somos todos cidadãos que respeitamos as escolhas uns dos outros e convivemos em paz. O Estado laico é exatamente isso: ele garante que ninguém será perseguido ou discriminado por sua crença.

Muito diferente dos Estados teocráticos que conhecemos, por exemplo. Eu não quero a ingerência da Igreja Católica – e de nenhuma outra crença religiosa – no Estado que me representa. A supremacia de um credo em detrimento do outro é sempre fonte de intolerância e de desrespeito. Contraria todos os nossos mais caros princípios de igualdade de escolhas. Acho uma boa ideia conhecer a fundo esse acordo para exercer a nossa cidadania, nos posicionarmos como cidadãos de um Estado laico e democrático. Se a concordata for aprovada, vai afetar a nossa vida. E poderá abrir espaço para mais mudanças que não queremos e não precisamos.

A França discute hoje se deve permitir que muçulmanas usem burca nos espaços públicos. Até mesmo os Estados Unidos, de longe o país mais religioso do Ocidente, proibiu um monumento dos Dez Mandamentos em dois tribunais – e manteve em um terceiro, porque estava ao lado de outras obras de arte. No Brasil, a discussão da legitimidade dos crucifixos em repartições públicas chega com mais de um século de atraso.

Na França, eles foram retirados em 1880. Minha sugestão é que, enquanto não há uma decisão sobre os ícones católicos na esfera pública, todas as religiões peçam isonomia, com base no princípio constitucional que não permite que se faça diferença entre os cidadãos por sua crença religiosa. Enquanto o bom senso não prevalecer, sugiro a instalação da imagem de Xangô ao lado do crucifixo, a representação do Buda, um retrato de Alan Kardec etc. E um espaço em branco para aquelas religiões que não usam imagens e também para nós, agnósticos e ateus.

Pelo menos o senso de Justiça, nesse caso específico, prevaleceria no Supremo Tribunal Federal. E a ingerência religiosa no espaço público daquele que se define na Constituição como um Estado laico se tornaria clara. Temos, porém, um desafio mais urgente. Como cidadãos, precisamos nos posicionar e pressionar os parlamentares que legitimamos com nosso voto a recusar esse acordo tão flagrantemente inconstitucional.

Devemos caminhar cada vez mais em direção à tolerância das diferenças – e não para reforçar privilégios de uns em detrimento de outros. Queremos ser mais igualitários – e não elitistas. Para botar mais algumas pulgas em todos os lugares do seu corpo – especialmente no cérebro –, rememore o que o Papa Pio X (1903-1914) disse sobre o Estado laico, na encíclica Vehementer nos: "tese absolutamente falsa", "erro perniciosíssimo", "em alto grau injurioso para com Deus". Você pode argumentar que a encíclica tem mais de um século. É verdade. Só que nunca foi revista ou revogada. Ou seja, é exatamente o que o Vaticano e o atual Papa Bento XVI, que representam um dos dois lados do acordo, acreditam.

Quem faz o país somos nós – seja pelas nossas boas ou pelas nossas más escolhas. É só assumindo nossa responsabilidade e exercendo a cidadania que nos tornamos capazes de barrar abusos e conquistar um Brasil mais justo. Essa é uma boa hora para lembrar disso.

Fonte: Revista Época, Colunistas

06 agosto, 2009

MPF pede para União retirar símbolos religiosos


A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo que a União retire todos os símbolos religiosos em repartições públicas federais no estado de São Paulo.
Segundo o Ministério Público Federal, inúmeras pessoas se dirigem aos prédios da União diariamente e tem a sua liberdade de crença ofendida diante da ostentação pública de símbolos religiosos não relacionados com a fé que professam. No pedido feito à Justiça Federal, o MPF pede aplicação de multa diária simbólica no valor de R$ 1 para servir como um contador do desrespeito que poderá ser demonstrado pela União, caso não cumpra a determinação judicial. O MPF pede prazo para a retirada dos símbolos religiosos de até 120 dias após a decisão.
O pedido do MPF se baseou no argumento de que, apesar da população brasileira ser de maioria cristã, o Brasil optou por ser um Estado laico. Com isso, não há vinculação entre o poder público e determinada igreja ou religião, onde todos têm o direito de escolher uma crença religiosa ou optar por não ter nenhuma, assegurado pelo artigo 5 da Constituição Federal.
Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão e autor da ação, Jefferson Aparecido Dias, cabe ao Estado proteger todos essas manifestações religiosas sem tomar partido de nenhuma delas.“Quando o Estado ostenta um símbolo religioso de uma determinada religião em uma repartição pública, está discriminado todas as demais ou mesmo quem não tem religião afrontando o que diz a Constituição.”