16 setembro, 2006




No dia 23 de Setembro todos os Pagãos estarão usando uma fita violeta.
Desta forma todas as pessoas saberão quem é Pagão e descobrirão que somos muitos.Você pode usar a fita em qualquer lugar: bolsa, pulso, roupa, cabelo, antena do carro, camisa, etc.
Mesmo os não Pagãos poderão usar uma fita violeta como forma de apoio a manifestação ou por serem simpatizantes do Paganismo.
Esta é uma campanha mundial em celebração ao DIA DO ORGULHO PAGÃO.
Venha você também participar desse rede de Orgulho Pagão!

14 setembro, 2006

Mulher , o caminho mágico




Perguntas que todos os seres humanos deveriam se fazer são :


Porque existe o machismo ?
Do que os homens tinham tanto medo para subjugar a mulher por tanto tempo ?
Por que mantê-las ignorante ?
Qual o papel da religião dos séculos passados nisso ?
Quem comandava essas religiões ?
Para poder se ter idéia do que é explicado nas entrelinhas aqui vão algumas partes de textos retirados do livro : "O poder da Bruxa” - Laurie Cabot
... "De acordo com algumas tradições , Merlin aprendeu suas artes com a Deusa, disfarçada de Dama do Lago, ou Viviane (Aquela que vive). Como Morgana, a Fada, ela foi convertida numa feiticeira perversa por autores cristãos, na esperança de desacreditar a crença céltica em Merlin...Os principais sacerdotes e sacerdotisas dos celtas eram os druidas. A palavra druida é derivada do grego dryad, um espírito da natureza ou ninfa do carvalho. O termo era também aplicado às sacerdotisas de Ártemis e a Deusa da Lua das Amazonas...As sacerdotisas druidas da Grã-Bretanha estavam divididas em três classes. A classe mais alta vivia em regime de celibato em conventos. Essas irmandades alimentavam as fogueiras sagradas da Deusa e foram assimiladas na era cristã como monjas. As outras duas classes podiam casar e viver nos templos ou com seus maridos e famílias. Eram servas e acolitas nos ritos sagrados da Deusa. Com o advento do cristianismo, foram chamadas de BRUXAS...Os Deuses solares tornaram-se os heróis e as Deusas da Terra e da Lua passaram a ser as vilãs, e muitas das velhas histórias foram rescritas e revista para refletir essa mudança de consciência. Em muitas delas a Deusa, ou o poder feminino, é identificada como uma serpente ou um dragão...Essas histórias persistiram mesmo em tempos cristãos, onde encontramos São Jorge matando o dragão na Inglaterra e São Patrício expulsando as serpentes da Irlanda... A mitologia sacra começou refletindo um dualismo que era provavelmente desconhecido em tempos neolíticos ou estava certamente relegado para um papel secundário no esquema das coisas. Sol e Céu opostos a terra e a Lua, a Luz oposta as Trevas, A vida oposta à Morte, o Masculino oposto ao Feminino. Antes todas as coisas eram parte da Grande Mãe...Não era uma questão de Bem contra o Mal. Cada coisas tinha aspectos positivos e negativos, todos eles ingredientes necessários na Grande Roda da Vida Criada...”

13 setembro, 2006

Neo-Paganismo e Religiões Reconstrucionistas

Conheça um pouco das vertentes neopagãs, religiões e grupos.

Pagãos
O Paganismo não é uma religião única, mas um termo que abriga todas as religiões que se baseiam no culto a Terra, à Natureza, às divindades naturais.
O termo pagão foi generalizado a todos aqueles que não fossem batizados, mas o fato é que o significado do termo é bem mais profundo. Pagão vem do latim pagus ou paganus, que significa, basicamente, "morador do campo" ou "aquele que vive no campo".
Isso porque os povos do campo celebravam as colheitas, tinham sua religiosidade própria; não eram cristãos. Esse foi o termo utilizado pelos cristãos para denominar as pessoas que praticavam os ritos ligados à Natureza. Assim, quando alguém se diz pagão ou neopagão, está dizendo que sua religiosidade está ligada ao conceito que tem de sacralidade da Terra, e não que é contra o Cristianismo ou é satanista.
Aliás, Satanismo nada tem a ver com Bruxaria.

Neo-Paganismo
A palavra neo também é latina, então o significado mais correto para o termo neo-paganismo seria "paganismo novo".
Já vimos que o Paganismo é o nome dado às práticas dos povos pagãos que viviam no campo. Oras, a não ser que você viva em um sítio ou fazendo isolados do mundo e celebre todas as colheitas, plante etc, você não é exatamente pagão, mas um neopagão.
Você está recriando o Paganismo, porém, mora em cidades e não está exatamente na mesma situação que seus antepassados? Por isso chamamos o movimento atual de Neo-Paganismo. Não é o Paganismo dos antigos, mas uma reconstrução do antigo.

Bruxaria
A Bruxaria é chamada de Arte, Ofício e até de religião, seguindo alguns praticantes ou tradições. O fato é que a Bruxaria é um conjunto de crenças que remonta aos primórdios da humanidade, muito anterior ao Cristianismo. Muitas bruxas chamam a Bruxaria de "A Velha Religião" justamente por isso (o termo tornou-se popular na Bruxaria Italiana, Stregoneria). Novamente, o que temos hoje em dia não é exatamente a Bruxaria de nossos primórdios, muito menos a Bruxaria que foi praticada no período medieval. Trata-se, também, de uma reconstrução do antigo.

Bruxas
Uma Bruxa é uma pessoa que pratica ritos baseados no culto à Natureza.
Hoje em dia, temos uma variedade de crenças e vertentes envolvendo o Paganismo e temos bruxas tanto politeístas quanto duoteístas (que celebram a Deusa e o Deus de forma genérica). Apesar de a Bruxaria antigamente ser vivida e criada em clãs ou entre familiares, aos poucos se foram desenvolvidos grupos chamados covens e hoje em dia, com a mania de Bruxaria que tomou o mundo, há uma infinidade de praticantes solitários que buscam desenvolver seu conhecimento por si só, sem a ajuda de covens ou sacerdotisas.
Alguns consideram a Bruxaria como uma religião, outros como um conjunto de crenças, outros como uma simples Arte ou Ofício que se utiliza à magia natural.
Wicca
Atribui-se este nome às práticas da Bruxaria Moderna, pois quem apareceu com o termo pela 1ª vez foi Gerald Gardner, na década de 50. No entanto, o que Gardner chama de Wicca é a Antiga Religião, a Bruxaria. Mesmo assim, como os seus livros marcaram o início da época moderna da Bruxaria, Wicca ficou sendo o nome dado à Bruxaria como uma religião estruturada, com seus dogmas, corpo ritual e divindades próprias; a religião da Bruxaria hoje.

Wicca Tradicional
A Wicca Tradicional é baseada nos ensinamentos de Gerald Gardner, de que cada coven tem a sua linhagem, que remetem ao próprio Gardner. Tais ensinamentos são passados através de uma iniciação tradicional e de um profundo processo de transformação do indivíduo, guiado pelos mestres do coven, que lhes passarão os mistérios da tradição.
A Wicca Gardneriana é baseada em um sistema de graus de iniciação, do 1º ao 3º, onde o sacerdote ou sacerdotisa se desenvolve até estar apto a passar a tradição à outra pessoa. Bruxos tradicionais acreditam que a auto-iniciação seja uma ilusão inventada para a venda de livros de Bruxaria e afirmam que uma pessoa só pode ser wiccaniana caso seja iniciada por um coven tradicional.

Stregoneria
“A Velha Religião", "The Old Religion", "La Vecchia Religione". É a forma italiana da Bruxaria que também é pré-cristã, porém, com a difusão do Cristianismo, adotou diversos elementos da nova religião, tornando-a, de certa forma, bastante popular. No entanto, a Stregoneria mantém muitas crenças e práticas bastante similares à Bruxaria inglesa (divulgada por Gardner) e ensinamentos trazidos desde a época dos etruscos.


Outras formas de Wicca
A Wicca começou a se modificar depois de passar pelos Estados Unidos e pelos anos 70, quando atravessou o movimento feminista. Muitos bruxos tradicionais decidiram abrir suas tradições e misturar outros elementos para que a Wicca pudesse se tornar mais acessível, especialmente aos praticantes solitários.
Assim, termos como "auto-iniciação" começaram a surgir, sugerindo que qualquer um poderia se tornar wiccaniano bastando um ritual de inserção.
Do outro lado, bruxos tradicionais defendem a sua religião com unhas e dentes, lutando para que não se perca em meio a tantas deturpações. E, finalmente, no meio dessa turma temos os moderados, que acreditam sim na linhagem tradicional e hereditária, mas que também buscam desenvolverem-se sozinhos, já que não têm a possibilidade de serem iniciados por um coven ou mesmo preferem trabalharem sozinhos.

Religiões Reconstrucionistas
Desde que a Bruxaria e o Paganismo tornaram-se populares, muitas pessoas afirmam erroneamente que o que praticam são exatamente os mesmos ritos e cultos de milhares ou centenas de anos atrás, o que não poderia estar mais longe da verdade. Assim, o que temos hoje são reconstruções do antigo - não vivemos o Paganismo exatamente como viviam nossos antepassados, mas como vivemos hoje. Cada religião ou vertente pagã hoje em dia tem sua própria estrutura, crenças e pequenos detalhes que fazem dela um caminho particular, e nenhuma delas pode ser vista como "a verdadeira Bruxaria" ou "o verdadeiro Paganismo".
Existem diversas vertentes e cabe a cada um descobrir com qual se identifica mais, dentro do Paganismo, caso seja isso mesmo o que seu coração anseia.


Reconstrucionismo é um termo geral para descrever essas religiões atuais que tentam reviver religiões ou práticas religiosas mais antigas. É uma continuação espiritual do que era o Paganismo antigamente.

11 setembro, 2006

Pentagrama


Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar.



Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.
Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino.
Ele simboliza, então, o andrógino.
O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo conseqüentemente chamado de "Laço Infinito".


A potência e associações do pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente entre os neopagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico.Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia "aos quatro cantos do mundo". Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). 
Às vezes é incorretamente chamado de "Selo de Salomão", sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.


Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalfa, geometricamente composto de cinco As.Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência, se encontram possíveis explicações para a presença do pentagrama, no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia.
A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como "A Proporção Dourada", que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos.Para os agnósticos, era o pentagrama a "Estrela Ardente" e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os druidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra, guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide. Os celtas pagãos atribuíam o símbolo do pentagrama à Deusa Morrigan.

Os primeiros cristãos relacionavam o pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo cristão. Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o pentagrama junto com o símbolo de chi-rho (uma forma simbólica da cruz), como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifânia, que comemora a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, assim como também a missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o pentagrama, embora em tempos mais recentes este símbolo tenha sido mudado, como reação ao uso neopagão do pentagrama.
Em tempos medievais, o "Laço Infinito" era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas.
Os Templários, uma ordem militar de monges formada durante as Cruzadas, ganharam grande riqueza e proeminência através das doações de todos aqueles que se juntavam à ordem, e amealhou também grandes tesouros trazidos da Terra Santa. Na localização do centro da "Ordem dos Templários", ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro.
Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas como também de um Hexagrama, centrados nesse pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área.Está clara, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do pentagrama e a "Proporção Dourada", incorporando aquele misticismo aos seus projetos.Entretanto, a "Ordem dos Templários" foi inteiramente dizimada, vítima da avareza da Igreja e de Luiz IX, religioso fanático da França, em 1.303. Iniciaram-se os tempos negros da Inquisição, das torturas e falsos-testemunhos, de purgar e queimar, esparramando-se como a repetição em câmera-lenta da peste negra, por toda a Europa.
Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos "interesses" da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar. Também, por esse tempo, envenenar como meio de assassinato entrou em evidência.

Ervas potentes e drogas trazidas do leste durante as Cruzadas, entraram na farmacopéia dos curandeiros, dos sábios e das bruxas. Curas, mortes e mistérios desviaram a atenção dos dominicanos da Inquisição, dos hereges cristãos, para as bruxas pagãs e para os sábios, que tinham o conhecimento e o poder do uso dessas drogas e venenos.Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, como Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama - popular símbolo de segurança - pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado "Pé da Bruxa".
As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos.As sociedades secretas de artesãos e eruditas, que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinária ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos.

Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma era de luz e desenvolvimento.Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz; o Homem Individual.
A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal - dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto, "o que está em cima é como o que está embaixo", como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais.O pentagrama pitagórico - que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico - já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder.

Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc.No calendário de Tycho Brahe "Naturale Magicum Perpetuum" (1582), novamente aparece à figura do pentagrama com um corpo humano sobreposto, que foi associado aos elementos. Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim), contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana.
Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo.Mais tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros e conseqüentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo - o espírito representado pela quinta essência (a "Quinta Essência" dos alquimistas e agnósticos). 
Na Maçonaria, o homem microcósmico era associado com o Pentalfa (a estrela de cinco pontas). O símbolo era usado entrelaçado e perpendicular ao trono do mestre da loja. As propriedades e estruturas geométricas do "Laço Infinito" foram simbolicamente incorporadas aos 72 graus do Compasso - o emblema maçônico da virtude e do dever.Nenhuma ilustração conhecida associando o pentagrama com o mal aparece até o Século XIX.
Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) ilustra o pentagrama vertical do homem microcósmico ao lado de um pentagrama invertido, com a cabeça do bode de Baphomet (figura panteísta e mágica do absoluto). Em decorrência dessa ilustração e justaposição, a figura do pentagrama, foi levada ao conceito do bem e do mal.Contra o racionalismo do Século XVIII, sobreveio uma reação no Século XIX, com o crescimento de um misticismo novo que muito deve à Santa Cabala, tradições antigas do Judaísmo, que relaciona a cosmogonia de Deus e universo à moral e verdades ocultas, e sua relação com o homem.


Não é tanto uma religião, mas, sim, um sistema filosófico de compreensão fundamentado num simbolismo numérico e alfabético, relacionando palavras e conceitos.Eliphas Levi foi um expositor profundo da Cabala e instrumentou o caminho para a abertura de diversas lojas de tradição hermética no ocidente: a "Ordem Temporale Orientalis" (OTO), a "Ordem Hermética do Amanhecer Dourado" (Golden Dawn), a "Sociedade Teosófica", os "Rosacruzes", e muitas outras, inclusive as modernas Lojas e tradições da Maçonaria.

Levi, entre outras obras, utilizou o Tarô como um poderoso sistema de imagens simbólicas, que se relacionavam de perto com a Cabala. Foi Levi também quem criou o Tetragrammaton - ou seja, o pentagrama com inscrições cabalísticas, que exprime o domínio do espírito sobre os elementos, e é por este signo que se invocavam, em rituais mágicos, os silfos do ar, as salamandras do fogo, as ondinas da água e os gnomos da terra ("Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi).
A Golden Dawn, em seu período áureo (de 1888 até o começo da primeira guerra mundial), muito contribuiu para a disseminação das raízes da Cabala Hermética moderna ao redor do mundo e, através de escritos e trabalhos de vários de seus membros, principalmente Aleister Crowley, surgiram algumas das idéias mais importantes da filosofia e da mágica da moderna Cabala.

Em torno de 1940, Gerald Gardner adotou o pentagrama vertical, como um símbolo usado em rituais pagãos. Era também o pentagrama desenhado nos altares dos rituais, simbolizando os três aspectos da deusa mais os dois aspectos do deus, nascendo, então, a nova religião de Wicca.Por volta de 1960, o pentagrama retomou força como poderoso talismã, juntamente com o crescente interesse popular em bruxaria e Wicca, e a publicação de muitos livros (incluindo vários romances) sobre o assunto, ocasionando uma decorrente reação da Igreja, preocupada com esta nova força emergente.Um dos aspectos extremos dessa reação foi causado pelo estabelecimento do culto satânico - "A Igreja de Satanás" - por Anton La Vay.
Como emblema de sua igreja, La Vay adotou o pentagrama invertido (inspirado na figura de Baphomet de Eliphas Levi). Isso agravou com grande intensidade a reação da Igreja Cristã, que transformou o símbolo sagrado do pentagrama, invertido ou não, em símbolo do diabo.A configuração da estrela de cinco pontas, em posições distintas, trouxe vários conceitos simbólicos para o pentagrama, que foram sendo associados, na mente dos neopagãos, a conceitos de magia branca ou magia negra.
Esse fato ocasionou a formação de um forte código de ética de Wicca - que trazia como preceito básico: "Não desejes ou faças ao próximo, o que não quiseres que volte para vós, com três vezes mais força daquela que desejaste”.Apesar dos escritos criados para diferenciar o uso do pentagrama pela religião Wicca, das utilizações feitas pelo satanismo, principalmente nos Estados Unidos, onde os cristãos fundamentalistas se tornaram particularmente agressivos a qualquer movimento que envolvesse bruxaria e o símbolo do pentagrama, alguns wiccanos se colocaram contrários ao uso deste símbolo, como forma de se protegerem contra a discriminação estabelecida por grupos religiosos radicais.

Apesar de todas as complexidades ocasionadas através dos diversos usos do pentagrama, ele se tornou firmemente um símbolo indicador de proteção, ocultismo e perfeição. Suas mais variadas formas e associações em muito evoluíram ao longo da história e se mantêm com toda a sua onipresença, significado e simbolismo, até os dias de hoje.

O Paganismo

Sua origem remonta aos primórdios da humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.
Segundo estudiosos, a primeira demonstração da arte devocional foram as Madonas Negras, encontradas em cavernas do período neolítico.
Portanto, as deusas da fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos.
Eles acreditavam que o universo deveria ter sido criado por uma Grande Mãe.
Entre os povos que dependiam da caça, surgiu o culto ao Deus dos Animais e da Fertilidade, também conhecido como Deus de Chifres ou Cornífero.
O Paganismo, ou Bruxaria surgiu no período Neolítico, em várias regiões da Europa, onde hoje se localizam a Irlanda, Inglaterra, País de Gales, Escócia, indo até o Sudoeste da Itália e a região da Britânia na França.
Quando os Celtas invadiram a Europa, quase mil anos antes de Cristo, trouxeram suas crenças que se misturaram às da população local.

Embora a Bruxaria tenha se firmado entre os Celtas, é importante lembrar que a Bruxaria é anterior a eles!

A sociedade Celta era Matrifocal, isto é, o nome e os bens da família eram passados de mãe para filha. Homens e mulheres tenham os mesmo direitos, sendo a mulher respeitada como Sacerdotisa, mãe, esposa e guerreira. O culto da Grande Mãe e do Deus Cornífero predominaram nas regiões da Europa dominadas pelos Celtas, até a chegada dos romanos, que praticamente dizimaram as tribos Celtas, que nessa época já estavam sendo dominadas pelos Druidas, que representavam uma introdução ao patriarcalismo.
Porém, em muitos lugares, a religião da Grande Mãe continuou a ser praticada, pois havia certa tolerância por parte dos romanos.

Foi somente na Idade Média que a Bruxaria foi relegada às sombras com o domínio da Igreja Católica e a criação da Inquisição, cujo objetivo era eliminar de vez as antigas crenças, que eram uma ameaça a um clero muito mais preocupado em acumular bens e riquezas do que a propagar a verdadeira mensagem de Jesus.
Foi a Igreja Católica que inverteu muito dos valores pagãos.
Os chifres, por exemplo, que representavam a fertilidade, coragem e todos os atributos positivos da energia masculina, foram usados para personificar a imagem do Diabo.
Se fôssemos descrever essa época infame, em que milhões de pessoas, em sua maioria mulheres, foram perseguidas, torturadas e assassinadas pela Inquisição, com certeza, escreveríamos um livro com milhares de páginas.
Muitas das vítimas da Inquisição não eram Bruxas, e sim, pessoas com problemas de saúde, doenças mentais, deficiências físicas ou somente o alvo da suspeita e inveja do povo.
Também era comum acusar pessoas para tomar seus bens, pois esses eram divididos entre os inquisidores. Durante o tempo das fogueiras, muitos dos conhecimentos passaram a ser transmitido oralmente, por medida de segurança, e, assim, muito se perdeu.
Por isso, não é correto dizer que a Bruxaria de hoje é a mesma de séculos atrás.
No presente, um grupo de pessoas está redescobrindo e recriando a Nova Bruxaria ou Neo Paganismo, como também é conhecido.

06 setembro, 2006

Canção da lua


Ergo meus braços,saudando
Enquanto ela desliza pela noite,
A Lua dos Mistérios, redonda,
Disco luminoso,
de prata cintilante.
Meu espírito atende a Seu chamado,
E deseja ter as asas para voar,
Para que eu possa buscar
Seu santuário sagrado
Do qual o céu é o símbolo.
Um lugar de segredos ocultos,
De antigos mistérios sagrados,
Um lugar que em outras eras conheci,
E de sabedoria em templos calados.

Esforço-me para tentar lembrar
Tudo o que antes aprendido eu teria,
Os Segredos Esquecidos da Lua,
a Deusa e toda a Sua sabedoria.
Apesar de meus braços voltados para o céu,
Ouço Sua voz em meu interior e sigo esta direção.

Desvendo o labirinto interno,
Confiando em minha opção.
"Não busque no exterior, mas sim no fundo do seu eu".

Diz a voz clara e suave.
"Mantenha sua Fé em Mim pelos treze meses,
Do Ano Sagrado da Mãe.
"Eu a observo através de seus ciclos,
Como já fiz em vidas passadas,
E sigo sua trilha enluarada,
Que à porta secreta interior me conduz. "

Senhora dos quatro elementos


A Sua Arte,
Senhora, veio à luz.
Quem poderá escapar de seu poder?
Sua forma é um eterno mistério;
Sua presença paira sobre as terras quentes.
Os mares te obedecem,
As tempestades se acalmam.
A sua vontade detém o dilúvio.
E eu, tua pequena criatura,
Faço a saudação:
Minha Grande Rainha,Minha Grande Mãe!


02 setembro, 2006

A Bruxaria Tradicional e a Bruxaria Moderna


Há uma grande confusão, entre os leigos, acerca de Bruxaria Tradicional e Bruxaria Moderna.
A Bruxaria Tradicional tem suas raízes aprofundadas através do período pré-histórico, podendo ser considerada em parte irmã e em parte filha de antigas práticas e cultos xamânicos.
Historicamente, tal e qual os xamãs, o papel social das Bruxas Tradicionais era basicamente dividido entre a prestação de auxílio à população na cura de problemas de saúde (problemas fisícos, da psiquê e do espírito) e o contato com os espíritos dos mortos e dos deuses.

A Bruxaria Moderna, por outro lado, embora se relacione firmemente com a Bruxaria Tradicional, surge historicamente com Gerald Gardner, com a criação da Wicca no ano 1950 da Era Comum.
Apesar de a Bruxaria Tradicional, ao longo de seus estimados mais de 20.000 anos de existência, ter vindo absorvendo elementos estranhos a suas raízes ancestrais, sendo uma religião viva e que evolui continuamente, seu eixo fundamental é bastante distinto do da Bruxaria Moderna, pois Gardner não apenas adotou novos elementos, mas tornou alguns destes em bases fundamentais da Wicca, amalgamando de forma indissolúvel o que teria aprendido como iniciado na Bruxaria Tradicional com conhecimentos adquiridos junto ao druidismo e conceitos de origem claramente oriental.

Dois Princípios Básicos na Bruxaria

A Bruxaria, sendo caracterizada pela liberdade de pensamento, acaba por apresentar um amplo leque de linhas de pensamento e de vertentes de características bastante distintas, entretanto, alguns elementos em comum podem ser apresentados a fim de que se tenha melhor compreensão do significado da bruxaria. Elencamos dois princípio comuns, em especial, que ao mesmo tempo que ajudam a compreensão, afastam conceitos equivocados calcados em histórias infantis e preconceitos medievais à prática da bruxaria.

O Respeito ao Livre-Arbítrio -
Nenhum verdadeiro bruxo buscará doutrinar aqueles que têm outro credo. Para os bruxos, a fé só é verdadeira se resulta de escolha individual e espontânea.
Nenhum verdadeiro bruxo realizará qualquer tipo de magia no intuito de se beneficiar de algo que prejudicará outra pessoa.
Para os bruxos, cada um tem seu próprio desafio a enfrentar.
Usar de qualquer subterfúgio para escapar dos desafios que se apresentam é apenas adiar uma luta que terá de ter lugar nesta ou em outras vidas.
Adiar problemas é o mesmo que acumulá-los para as próximas encarnações.

A Comunhão com a Natureza -
O verdadeiro bruxo respeita a natureza, e por natureza ele entende absolutamente tudo o que não é feito pelo homem, inclusive os minerais.
Quando preserva a natureza, suas preocupações não são a viabilidade da manutenção da vida humana na Terra, o verdadeiro bruxo respeita a natureza simplesmente porque se sente parte dela, porque a ama.
Os bruxos não acham que a natureza está à sua disposição.
Os homens, os minerais, os vegetais e toda a espécie de animal são apenas colegas de caminhada, nenhum mais ou menos importante que o outro.
Ainda assim, matam insetos que lhes incomodam e arrancam mato que cresce nos canteiros de flores sem dramas de consciência.
Não são falsos em suas crenças nem românticos idealistas.
Acreditam que conflitos fazem parte da natureza.