18 maio, 2009

Dicionário do Nosso Mundo Inexplicável_Letra "V"

Vallin, Pierre_ Figura central de um julgamento de bruxos realizado em Dauphine, França, a 15 de março de 1428. Ele confessou que por 63 anos havia servido ao Diabo, fazendo homenagem ao seu mestre beijando seus dedos, rejeitando Deus e recusando a cruz. Confessou ter sacrificado sua filha a Belzebu quando a criança tinha apenas seis meses. Invocou o Diabo para produzir tempestades, voar durante os sabás e fazer outros malefícios. Teve relações sexuais com o demônio, que aparecia como uma jovem, e levou outras pessoas a comer carne de crianças.

Visgo_ O visgo é um arbusto da família das leguminosas, subfamília cesalpinioídea, nativo das Guianas e Brasil, sendo encontrado do estado do Amazonas ao de São Paulo. Tal arbusto possui uma resina viscosa, de folhas com quatro folíolos membranáceos, flores amarelas, em inflorescências terminais e laxifloras, e vagens setosas.
O Visgo-do-Diabo é uma planta caracterizada por guardar tesouros muito valiosos, estima-se que os visgos eram uma das armadilhas das pirâmides dos faraós egípcios, tem uma aparência pegajosa e gosmenta, assemelha-se com um visgo normal. Visgo ou agárico é uma planta arbustiva hemiparasita, da família das Lorantáceas, nativa das regiões temperadas da Europa e do Oeste da Ásia.
Parasita diversas espécies de árvores.
Está em algumas culturas associado às festividades do natal, assim como o azevinho. As suas bagas possuem propriedades medicinais.
O visco era antigamente usado como remédio para a epilepsia e distúrbios nervosos, para doenças cardíacas, hipertensão e para a digestão.
Talvez por isso Panoramix passava tanto tempo em cima das árvores a recolher o gui (visco em francês). Estudos recentes parecem indicar que alguns componentes do visco activam o sistema imunitário e têm propriedades anti carcinogénicas. As bagas são consumidas por pássaros, que cospem a parte viscosa que envolve a semente.
Os frutos macerados, fermentados e cozidos, produzem uma cola fina e muito adesiva.

Vodu_ Vodu é uma tradição espiritual originada no Haiti durante o período de escravidão colonial francesa. Africanos de muitas linhagens étnicas foram transportados à força para o Haiti, para servirem principalmente como escravos agricultores. Os povos nativos das ilhas, os Taino e os Carib, foram exterminados pelos espanhóis durante as primeiras invasões. Durante este período histórico, europeus da França e de outros países, incluindo deportados pro-Stuart da Escócia, radicaram no Haiti.
Devido a tantas linhagens estarem representadas, nenhum culto africano poderia satisfazer todos os participantes, pois a reverência aos ancestrais era muito importante. Entretanto, cada nação tomaria sua vez num encontro. Essa alternância de cultos eventualmente evoluiu para a ordem cerimonial da liturgia Vodu. Durante este período formativo é que foram adotadas também entidades européias pré-cristãs, como Brighid, ou Mama Brigitte na tradição vodu. Também houve uma pequena influência das populações restantes de Tainos e Caribs.
O Vodu é um sistema de magia, muito antigo e primitivo, que deriva da teologia e cerimonial africano. É um complexo de crenças e rituais religiosos africanos e católicos que estabelece uma ligação vital entre o mundo material e o mundo dos espíritos e governa em grande extensão a vida dos camponeses haitianos.
As diversas deidades da religião Vodu chamam-se loas. (Loa significa "espírito", na língua congo.) O propósito último do Vodu é permitir que os loas, que possuem o poder das forças naturais, se manifestem no corpo humano vivo, de modo que a pessoa possuída possa ser fortalecida por sua energia e sabedoria divina.
Dizem que, quando um homem ou uma mulher fica sob a possessão de um loa, o espírito sobe em seus ombros, da mesma forma que um cavaleiro monta no cavalo.
Cada loa deve ser reverenciado em seu dia próprio e "alimentado" com uma oferenda de galinhas ou cabras sacrificadas, frutas e outros alimentos.
Sem a posse dos corpos físicos e as oferendas dos animais sacrificados, que são tradicionalmente deixados em encruzilhadas à meia-noite, os loas perderiam seus poderes sobrenaturais e desapareceriam para sempre.
Há duas categorias principais de deidades no Vodu: os loas Rada e os loas Petro.
Há também classes menores de loas, que incluem o Congo, o Ubo, o Nagô e o Wangol.
(O Vodu foi criado nas Antilhas por escravos africanos que tinham sido vendidos para os comerciantes de escravos pelos seqüestradores africanos e transportados para o Caribe.
O comércio de escravos ocorreu em diversas tribos africanas, cada uma com suas próprias práticas e crenças religiosas. Isso explica a razão para que as deidades do Vodu sejam agrupadas em diferentes categorias.)
Os Rada são loas protetores, principalmente os de origem beninense e nigeriana, sendo invocados principalmente nos rituais de magia branca. (O nome Rada deriva de uma aldeia em Benin chamada Arada.)
Os Petro são loas agressivos que foram trazidos para o Haiti, em 1768, por um houngan (sacerdote do Vodu) espanhol chamado Dom Pedro, que era bem conhecido por ter introduzido a prática de beber rum misturado com pólvora bem moída. O houngan espanhol também introduziu uma variedade de novos ritos de Vodu entre os escravos haitianos, incluindo uma arrebatada dança dos espíritos, mais violenta que as antigas danças Rada executadas pelos sacerdotes e sacerdotisas da ilha.
Portanto, o culto Petro de magia negra e seus loas são denominados, segundo Dom Pedro, o "mensageiro divino" responsável por sua adoração.
A adoração do loa é dirigida pelos houngans e mambus, os respectivos sacerdotes e sacerdotisas do Vodu. Usando a magia branca, eles curam pessoas doentes ou machucadas; usando magia negra, eles conseguem fazer um morto retornar à vida como zumbis para trazer problema ou até mesmo a morte a um inimigo.
A previsão é outra função importante dos houngans e mambus, e é como videntes que costumam se empregar. A vidência geralmente acontece enquanto sob a posse de um loa, mas outros métodos são usados, como o da leitura do cristal.
Na cerimônia haitiana de invocação do loa, veves (intrincados emblemas simbólicos de vários loas a serem invocados) são desenhados com farinha ou cinzas, no chão da clareira onde dois santuários peristilo (um para os loas Rada e um para os loas Petro) foram erguidos. No centro do peristilo fica o poteaumitan, o mastro central dedicado ao loa Legba através do qual surgem os loas. As velas coloridas apropriadas para cada loa são fixadas sobre os veves, e orações especiais, que incluem a Ave-Maria e o Pai-Nosso, são rezadas.
Ao final das orações, os tambores do Vodu começam a tocar, e uma galinha, cabra ou outro animal é sacrificado e entregue ao cozinheiro, que o prepara para o altar do loa. Canções especiais são entoadas para os loas, enquanto os tambores seguem um ritmo apropriado, e a invocação se inicia.
Os tambores estão entre os símbolos centrais do Vodu haitiano. São considerados sagrados, por serem importantes no ritual de invocação do loa.
O tocar dos tambores tem muitas funções no ritual de Vodu. Pela combinação de ritmos tocados pelas baquetas, tambores médio e mestre e um par de pratos de metal chamado ogan, os dançarinos conseguem entrar em transe. Geralmente esse estado é atingido pela manipulação de ritmo e métrica, incluindo poderosas interrupções rítmicas chamadas casses, executadas pelo mestre dos tambores. A música de percussão também é essencial para manter o cenário do ritual depois que os dançarinos foram possuídos pelos loas. É da maior importância que os músicos mantenham os loas dançando e usem ritmos especiais para expulsar qualquer espírito indesejado.
Numa cerimônia Vodu, os devotos possuídos pelos loas podem aconselhar os problemáticos e executar milagres, como curar os doentes e adivinhar acontecimentos.

Vodu, Danças de_ Existem valores sagrados e mágicos agregados à dança, na tradição religiosa do Vodu. Através da dança, os movimentos do corpo humano adquirem a faculdade de assumir os atributos e poderes dos animais, dos fenômenos meteorológicos ou de qualquer outra ação que se imita ao dançar. Para o Vodu, as danças são essenciais. É através dela que o homem tenta entrar em comunhão a natureza e expressar-se com todo o seu ser para acolher a loa (deus) que se manifestará por ele.
Não existe uma separação clara entre a dança sagrada e a profana, uma vez que é unicamente a expressão de sentimentos. A dor, o sofrimento, o amor, a alegria, a vida ou o luto, se concentra tanto no canto quanto na dança, como se a alma humana se liberasse assim, de todos os seus pesos e temores.
A diferença entre as danças deve-se unicamente à entidade e o ritual que está sendo celebrado.

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